Vamos ao que interessa então: O jogo de abertura eu vou pular. Foda-se. Sim, é muito bonito a festa do povo sul-africano e as vuvuzelas e blá-blá-blá. Vira matéria pro Jornal Nacional, mas no fim mesmo, não importa nada. A África do Sul não vale de nada no futebol e vai rodar rapidinho no mundial. Provavelmente a primeira piaba já vem hoje às 11h contra a boa seleção mexicana.
O que eu queria ver mesmo é o segundo jogo da Copa: Uruguai x França. O embate entre os países que provavelmente mais nos fizeram chorar no quesito futebol têm seus atrativos. Só pra lembrar: Os uruguaios os responsáveis pelo Maracanazzo, a derrota na final da Copa de 50, com Maracanã lotado e o país já em festa. E os franceses, só para ficar nas mais recentes, em 98 e 2006... Ainda tem o pênalti do Zico! Enfim, vendo pelo lado bom, por terem acabado com os planos de dominar o mundo à cada quatro anos dessa nação que só é patriota na Copa, esses dois devem ter lá seus valores. E têm.
O Uruguai, mesmo tendo se classificado em último na eliminatória sul-americana, sempre demonstra uma raça invejável quando entra em campo. Embora a qualidade no futebol tenha se deteriorado com o tempo. Uma Argentina, sem técnica, a raça no violento esporte bretão foi o que restou no arcaíco futebol uruguaio. O maior símbolo disso é o zagueiro Lugano. Capitão da Celeste, o zagueiro ídolo do São Paulo, joga com uma vontade que pouco se vê (embora quase ninguém mais veja porque ele joga na Turquia agora ¬¬') em campo. O cara provavelmente não faz 5 embaixadinhas, mas joga com a cabeça em pé, comanda a zaga, grita, dá esporro, limpa a zaga com chutão. Sério, dá gosto de ver. Aquele cara que o torcedor gosta, que representa a vontade que o apaixonado da arquibancada tem, só que dentro de campo.
E para não dizerem que eu não falei da classe "uruguachia", tem o Forlán como o Centroavante da equipe, que eu destaquei na foto lá em cima. O cara tem uma frieza matadora na frente da meta e há muito se destaca em times não tão grandes da Europa como o Atlético de Madri agora e anteriormente no Villareal, onde formava uma grande dupla com o argentino Riquelme. E se você for botafoguense, ainda tem o bônus de ver o "Loco" Abreu no banco e ficar feliz... mas sem olhar pro lado pra não se lembrar do Castillo e destruir as boas memórias.
Pelo lado de "les bleus", veremos um time enfraquecido que vive a ressaca da aposentadoria do maior jogador da história da França: Zinedine Zidane. A queda na qualidade é vertiginosa sem o carequinha arrumando o meio-campo. Basta lembrar os fatos que rodeiam a vice-campeã de 2006 ultimamente. Derrota pífia diante da fraquíssima China, que nem pra Copa vai, no último dia 4 e, como não lembrar, a vergonhosa classificação diante da Irlanda, na repescagem das eliminatórias européias.
Mas no papel, a seleção da França é muito boa. Jogadores como Gallas, Abidal, Malouda, Evra, Anelka e até mesmo o decadente Henry podem fazer a diferença a favor dos azuis dentro de campo. Isso sem falar em Frank Ribéry. Ofuscado por Robben por ter ficado de fora da final Uefa Champions League, o deforme francês da foto lá do alto, foi o grande nome dos vice-campeões europeus e quem brilhou na conquista do Campeonato Alemão pelo Bayern de Munique e o craque que pode levar a França longe na competição na ausência de Zizou.
Enfim... Minha frustração por não poder assistir o mundial me fez escrever essa análise. O futebol tem confrontos entre camisas pesadas, como as de França e Uruguai, e dá gosto de ver esses combates. Em Copas do Mundo, é um evento único para os amantes do futebol que só se vê a cada 4 anos.
E para mim o que vale é o peso da camisa. Dá raiva ver um time de futebol estrelado com uma camisa sem peso. Uma vez Enrique Aznar, da revista Placar, alcunhou a frase: "Quem nasceu pra Olaria, nunca vai ser Flamengo." Ou algo do gênero. Coisa com que concordo e muito. O único clube que engordou o peso da sua camisa com dinheiro foi o Chelsea ultimamente, e na marra, predestinadamente, o Vasco da Gama, que começou de baixo, mas essa é outra história...
Na Copa do Mundo é onde existe a colisão entre essas camisas, neste caso de seleções. E o primeiro é hoje às 15:30. No papel eu cravo França, mas no peso da camisa pode acontecer um empate ou uma vitória Uruguaia. E essa incerteza faz desse esporte algo mágico e imprevisível. Quase tudo nesse esporte é lindo.
Eu disse quase tudo.
P.S.: Com a Copa começando vêm os palpites. Eu simulei o mundial chutando os resultados e deu Espanha. Logo, para mim a Fúria leva o caneco pela primeira vez com sua seleção galática do goleiro ao centroavante. E para você, quem leva a taça? Dá para o time do Dunga?
Abraço!
Pra mim quem leva a Copa talvez seja a Alemanha, não sei, tô sentindo rs mas a Espanha também tem boas chances, mas como boa e tradicional brasileira, não perco a esperança da seleção de Dunga levantar a taça novamente!
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