sábado, 22 de junho de 2013

O que está acontecendo no país, porque não aderi e salve a seleção!

Todo texto meu parte de uma inquietação. E isso é bom, porque se não for assim não sai um texto, sai algo parecido. Antes de tudo, confesso que não me mexo em prol da sociedade e dos direitos por puros comodismo e ceticismo mesmo. E outra: pouca coisa me incomoda a ponto de fazer explodir um sentimento revoltoso. Engraçado... É uma forma de egoísmo compartilhada apenas com quem quero bem. Esse sentimento social só me pega se acontece algo com minha mãe, por exemplo. Se com a dona Cocota desconhecida, fica aquele sentimento, comum até, não minta para você mesmo, de que é estatística. Você ouve no rádio: “Dona Cocota foi assaltada e depois assassinada.” Você pensa: “Nossa, lamentável... Que país é esse, hein?” E vida que segue... Dois minutos depois você já esqueceu. Eu pelo menos.
Mas como ficar insensível a um milhão de pessoas na rua? Fiquei. Não aderi. Isso faz você se questionar: “Tá acomodado de novo? É isso mesmo?” Talvez... Mas aí busquei saber do que se tratava quando descobri que não “era só por 20 centavos”. Ao fim das contas, na segunda-feira, dia 17/06/2013, tava todo mundo nas ruas das capitais brasileiras gritando e brigando contra “Tudo isso que tá aí?” Isso o que, especificamente? Cada um te diz algo diferente... É um movimento plural e apartidário.
Desculpa, mas pra mim nunca fez sentido brigar contra tudo. Não se vai contra o tudo. O tudo não está errado, o tudo tem problemas pontuais e são neles que você se concentra. O pior é que nesse mesmo dia, e pior ainda se mostrou na quinta-feira posterior, o movimento não era mais apartidário... Mas sim anti-partidário. Não se engane, amigo. Se você vai contra os partidos, você obrigatoriamente vai contra a pluralidade e a democracia representativa pela qual se brigou durante todo o século passado. Se você encampa esta briga você está a um passo de defender o Totalitarismo, consciente disso ou não, queira você ou não. E, desculpe o termo, os protestos que se fazem hoje em dia cagam nas cabeças que encamparam as “Diretas Já” há quase 30 anos atrás!
Mas a verdade é que não começou assim, né? Começou com o Movimento Passe Livre (MPL) lá em São Paulo brigando contra o aumento das passagens. Nem eles imaginavam que tomaria toda essa dimensão. Até porque o que se vê agora não é mais o que eles queriam. Eles queriam algo pontual sim. Eram só vinte centavos de aumento na final no fim das contas. Movimentos de esquerda (partidários afinal) brigam pelo que acham justo toda hora neste país e são solenemente ignorados, por você, e por mim, diga-se. Querer tomar de assalto os movimento deles não é justo! As manifestações agora se mostram claramente despolitizadas. Preste atenção, eu não sou um militante de esquerda, muito menos concordo com tudo que a velha onda vermelha propaga, mas um movimento sem foco é um movimento morto. Você pode até acreditar que tudo acontece simplesmente porque o brasileiro está de saco cheio. Ok! Mas então todas as manifestações representam somente catarse, é isso? Pode ser bonito, mas é energia jogada fora! Nada além.
Não está claro para mim o que levaram os fatos a se sucederem para chegar neste tamanho e nesta conjuntura, mas já consigo perceber que quem pensa em prol de uma sociedade mais justa, começa a se retirar e o movimento como todo apresenta uma sisão. O que não tenho certeza se é bom. Mas me parece que dois grupos tentarão mostrar o que querem para este país e, em pleno século 21, direita e esquerda puxando a corda cada uma para um lado no Brasil. É isso mesmo que eu tô vendo? Sério?
Parece que existe agora uma pauta (aquela do facebook com cinco ou seis pessoinhas bonitinhas segurando plaquinhas sabe?) então que se exija em uníssono e para as pessoas corretas (Você vai gritar contra a Dilma por conta da PEC 37? Você é um JÊNIO. Parabéns!). Na boa, se a massa (não a de manobra) está insatisfeita com os partidos atuais, sei lá, busquem fazer um novo, busquem saber como fazê-lo, procurem alguém que os represente de verdade. É necessário que haja uma voz para dar o recado, caso contrário é tudo ruído...
Eu to aqui no meu sofá, é confortável de fato, mas, principalmente, com um medo enorme de tomar partido de algo que eu realmente não quero e, enquanto não houver clareza, e assim que vou ficar. Amigos, não abandonem as causa de vocês, sejam elas quais forem, mas tenham em mente que do “Vamos mudar o Brasil” para o “Pelo menos eu tentei” é um pulo. Ajam com sabedoria, ok? Escolham o caminho certo pelo bem de todos nós. “Tamo junto” no fim das contas, mesmo não estando, né verdade? Sorte!

P.S.1: Não tente entender de qual “lado” da política essa cara que voz escreve está, ok? Na adolescência usei camisas do Che Guevara sim, mas hoje abomino completamente sua forma de agir. E como você vai chamar de socialista/comunista um cara cujos maiores sonhos são juntar grana suficiente para viajar o mundo com sua amada e ter todo o conforto que o dinheiro pode comprar para seu futuro filho. Em algum momento passei a pensar só no meu futuro e corri atrás. Além do mais, eu tenho um sentimento patriótico quase infantil. Daqueles que fica meio puto quando alguém fala do país, mesmo sabendo dos erros, saca? É, tenho disso...
Também não tente taxar como de direita um cara que acredita que os serviços mais básicos têm sim que ser aplicados para a sociedade como um todo de maneira gratuita, saindo do bolso de todos. Saúde, educação e transportes de qualidade deveriam sim ser obrigações públicas. A conjuntura atual privilegia sim a saúde privada (planos de saúde), a educação privada e o conforto exclusivo no seu carro comprado com isenção de IPI...
A meritocracia se encaixa na sociedade, mas só até certo ponto. Existe gente tão mal que precisa de um impulso sim. Se não é fácil e até covarde abandonar milhares de pessoas à próprio sorte.

P.S.2: Juro que um dia entendo vocês e suas máscaras de Guy Fawkes... Ainda não entendi. Vocês querem explodir um parlamento? Vocês são todos católicos? É isso? No final vocês podem descobrir que somente gostaram muito de um filme... Eu gosto muito do Poderoso Chefão... Devo usar uma máscara do Marlon Brando se eu resolve aderir à alguma manifestação?

P.S.:3 Por ora termino por aqui e volto a tocar a minha vida normalmente, como se nada estivesse acontecendo na medida do possível. Juro que tomo partido do que me convencer. Por enquanto nada nem ninguém! Agora me dá licença que o Neymar entra em campo já já. E disso eu não abro mão de gostar. Nem do carnaval, nem de samba, nem de tudo que me faz brasileiro... Quando só me valer da razão, o coração acabou, e dele não abro mão também.

Um abraço!